domingo, 14 de abril de 2013

Carreguem os Smartphones, o piloto sumiu!!!


Recordo que logo nos primeiros períodos da faculdade, uma equipe e eu, apresentamos um seminário sobre segurança na internet. Entre as discussões, falamos do comportamento das pessoas diante das redes sociais, na exposição sem freio dos conteúdos pessoais, sobre os crimes virtuais e, principalmente, ciberterrorismo.

Uma das nossas fontes de estudo era uma edição da Revista Galileu de dezembro de 2009. Nesta edição, em uma entrevista com o CEO da Kaspersky Lab, uma das principais empresas de antivírus no mundo, Eugene Kaspersky, quando indagado sobre o que faltava para o mundo ser salvo dos ciberterroristas, ele responde que existe uma guerra travada em silêncio e faltam às autoridades abrirem os olhos. Umas das perguntas que a Galileu fez ao CEO e mais me chamou a atenção, foi se em pouco tempo, seria possível derrubar um avião usando um computador. Sua resposta é bem resistente. Mas afirma que em tese é possível e faz uma breve comparação em como um hacker poderá invadir um sistema de uma cafeteira, em um futuro próximo, sobrecarregando com ordens contínuas para fazer café, podendo provocar um incêndio a longa distância. Diz, ainda, que um avião não é uma cafeteira, é um sistema bem mais complexo, mais protegido e de difícil acesso. Mas é um sistema. Portanto...

Recentemente, um palestrante da Hack in the Box, conferência sobre segurança realizada em Amsterdã, Holanda, surpreendeu ao afirmar que conseguiria controlar um avião à distância e pelo celular. O aplicativo para Android chamado PlaneSploit, foi desenvolvido pelo próprio palestrante, Hugo teso, um consultor de segurança na Alemanha. Ele afirma que para tal façanha, precisaria apenas do programa, um radiotransmissor e de um software de gerenciamento de voos. Segundo Teso, o hacker poderia controlar toda a aeronave em terra firme. Essa invasão só seria possível devido a uma falha de segurança em um dos protocolos usados por aeronaves para se comunicar com a torre de controle. Apesar da repercussão, o palestrante só quis alertar sobre as falhas de segurança nos aviões. O aplicativo não foi disponibilizado na rede, mas o PDF da palestra você pode conferir aqui.

Em contrapartida, a Administração Federal da Aviação (FAA) e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), afirmam que os softwares certificados têm uma segurança muito elevada, bem diferente dos simuladores utilizados por Teso na demonstração do aplicativo. Portanto eles já emitiram comunicados negando que o PlaneSploit possa invadir uma aeronave.

A questão não é mais o aplicativo, mas na capacidade do ser humano em burlar um sistema, dito, seguro e colocar em risco a vida de inocentes. Temo que em um futuro não muito distante, os terroristas troquem suas bombas por Smartphones e através de aplicativos possam controlar cidades, aviões, nações inteiras à distância.  O que Eugene Kaspersky alertou há quatro anos não é mais para um simples spam, é em segurança mundial. A paz por trás de um touch screen.

Fonte: Revista Galileu n°221 / 2009
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